Será que a inteligência artificial (IA) substituirá os humanos no mercado de trabalho?O fundador da Mechanize parece acreditar que sim. A startup, cujo lançamento foi divulgado em um artigo da TechCrunch no sábado, 19 de abril, estreou na semana passada com essa missão explícita, gerando alguma controvérsia. “A Mechanize criará ambientes de trabalho virtuais, referências e dados de treinamento para viabilizar a automação completa de todas as tarefas, ” escreveu Tamay Besiroglu em uma publicação no X. A empresa foi além, prometendo a automação total da economia, de acordo com seu anúncio no X. “Alcançaremos isso criando ambientes simulados e avaliações que abrangem todo o escopo do que as pessoas fazem em seus empregos, ” declarou a Mechanize. “Isso inclui usar um computador, realizar tarefas de longo prazo que não possuem critérios claros de sucesso, coordenar-se com outros e repriorizar diante de obstáculos e interrupções. ” Segundo a TechCrunch, Besiroglu estimou o mercado total endereçável da Mechanize ao agregar todos os salários humanos globais, os quais chegam a aproximadamente 60 trilhões de dólares por ano. No entanto, ele disse ao veículo que “nosso foco imediato é realmente no trabalho de colarinho branco” em vez de empregos manuais que requerem robótica. A TechCrunch observou que a reação ao lançamento foi “bastante dura, ” com um usuário no X argumentando que “a automação da maior parte do trabalho humano…será uma grande perda para a maioria das pessoas. ” Conforme reportado pelo PYMNTS no início deste mês, muitos trabalhadores estão preocupados se a IA tornará os trabalhadores humanos obsoletos ou aumentará seu valor. No entanto, o professor de economia do MIT, David Autor, argumenta que a IA irá principalmente aumentar a capacidade dos trabalhadores, em vez de substituí-los. “Existem duas visões opostas sobre a IA. Uma é que as máquinas nos tornam irrelevantes. A outra é que as máquinas nos tornam mais úteis.

Acho que esta última tem muitas razões para acontecer, ” disse Autor na Conferência de IA do MIT em Cambridge, Massachusetts, em 2025. Ele fez uma analogia com o histórico: “Nos últimos 200 anos, automatizamos grande parte do que fazemos. Mecanizamos. Nós nos afastamos da agricultura, da manufatura, do trabalho exaustivo, ” afirmou Autor. No entanto, “Tornamos o trabalho mais valioso nesse período. ” Ainda assim, os trabalhadores permanecem ansiosos. Uma pesquisa da PYMNTS Intelligence — do relatório “GenAI: A Generational Look at AI Usage and Attitudes” — revela que 54% dos entrevistados acreditam que a IA apresenta um “risco significativo” de deslocamento generalizado de empregos. Essas preocupações afetam diversos setores e perfis demográficos, embora alguns grupos estejam mais preocupados do que outros. Trabalhadores do setor de tecnologia e de funções não voltadas ao atendimento direto ao cliente demonstraram maior preocupação (58%), enquanto os de saúde e educação ficaram menos preocupados, com 48% e 52%, respectivamente.