Alibaba poderia aumentar seus investimentos em inteligência artificial (IA) além das projeções atuais se a demanda permanecer forte, afirmou o CEO Eddie Wu após relatar vendas aceleradas na principal divisão de nuvem da empresa. As ações da Alibaba listadas em Nova York subiram cerca de 4, 3% na negociação pré-mercado, enquanto os investidores passaram por alto uma forte queda na lucratividade. Para o segundo trimestre fiscal que termina em 30 de setembro, a Alibaba registrou receita de 247, 8 bilhões de yuans (US$ 34, 8 bilhões), um aumento de 5% em relação aos 242, 65 bilhões de yuans do ano anterior, superando as estimativas da LSEG. Os investidores concentraram-se especialmente na divisão de nuvem da Alibaba, que inclui receitas relacionadas à IA. A receita de nuvem cresceu 34% ano-a-ano, atingindo 39, 8 bilhões de yuans, ultrapassando a expectativa de 37, 9 bilhões de yuans e acelerando em relação ao crescimento de 26% do trimestre anterior. Wu creditou os investimentos em IA pelo impulsionamento do crescimento da unidade de nuvem, destacando um crescimento de três dígitos na receita de produtos relacionados à IA pelo nono trimestre consecutivo. Wu enfatizou uma demanda robusta e em aceleração por produtos de IA da Alibaba, observando que a empresa luta para atender à demanda dos clientes e implementar novos servidores rapidamente. A Alibaba planeja aumentar os gastos com modelos e infraestrutura de IA além do investimento inicial de 380 bilhões de yuans (US$ 53 bilhões) anunciado em fevereiro para um período de três anos. Nos últimos quatro trimestres, a Alibaba gastou cerca de 120 bilhões de yuans em despesas de capital para infraestrutura de IA e nuvem. Wu sugeriu que a meta inicial de 380 bilhões de yuans "pode ser um valor modesto" e não descartou aumentos adicionais se a demanda permanecer forte. A companhia é uma das principais atuantes em IA na China; seu aplicativo Qwen, alimentado por IA, atingiu mais de 10 milhões de downloads na primeira semana após o lançamento, competindo com o ChatGPT da OpenAI.

Na divisão de nuvem, o EBITA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 35%, para 3, 6 bilhões de yuans. Wu minimizou os temores de uma bolha de IA, prevendo uma demanda sustentada por IA nos próximos três anos sem atingir limites de capacidade. Ele espera que as cadeias de suprimentos que suportam data centers e semicondutores — incluindo chips de memória e GPUs — permaneçam apertadas, com a demanda superando a oferta. Ele observou que GPUs projetadas pela Nvidia para cargas de trabalho de IA estão operando em sua capacidade máxima, incluindo modelos de três a cinco anos de uso, abordando preocupações sobre os prazos de depreciação das GPUs. Apesar do forte desempenho na nuvem, a lucratividade geral da Alibaba sofreu um impacto devido aos pesados investimentos no mercado de comércio instantâneo, altamente competitivo, que oferece entregas ultra-rápidas para itens selecionados. O EBITA ajustado caiu 78% ano-a-ano, para 9, 1 bilhões de yuans, em parte devido a esses investimentos em comércio rápido. No entanto, os investidores estão desconsiderando essa queda graças ao forte crescimento na nuvem e nas operações comerciais principais na China, que incluem Taobao, Tmall e comércio rápido. A receita de comércio eletrônico na China cresceu 16% ano-a-ano, atingindo 132, 6 bilhões de yuans, acelerando em relação ao trimestre anterior, enquanto a receita de comércio rápido aumentou 60%, frente a 12% anteriormente. Wu destacou melhorias na economia operacional da unidade de comércio rápido e o crescimento rápido no número de usuários ativos mensais no Taobao. Jiang Fan, responsável pelo grupo de negócios de comércio eletrônico da Alibaba, classificou o comércio rápido como um “pilar estratégico” e afirmou que a empresa pretende atingir um valor bruto de mercadorias (GMV) de 1 trilhão de yuans em toda a plataforma dentro de três anos.