Em outubro de 2025, durante os amplos protestos "Sem Reis" que se opunham às políticas e ações da segunda administração Trump, um incidente controverso acendeu um intenso debate público e atenção da mídia. O presidente Donald Trump publicou um vídeo gerado por inteligência artificial em sua plataforma social, Truth Social, que rapidamente se tornou um grande tema de discussão nos círculos políticos e sociais. O vídeo mostrava uma imagem chocante e provocativa de Trump: ele usava uma coroa, simbolizando autoridade monárquica, enquanto pilotava um caça com a inscrição "Rei Trump". A aeronave sobrevoava uma área urbana e uma multidão de manifestantes. O vídeo tomou um rumo polêmico ao mostrar um líquido semelhante a fezes sendo lançado do jato em direção à multidão abaixo. Entre os alvos estava o influenciador liberal Harry Sisson, facilmente identificável na cena. Para aumentar o tom dramático e rebelde, a trilha sonora apresentava a icônica música "Danger Zone" de Kenny Loggins, conhecida por sua associação com cenários de alta energia e adrenalina. A combinação das imagens vívidas e da música enérgica conferiu ao vídeo um caráter sensacionalista e provocativo que rapidamente atraiu atenção pública e midiática. Porém, a resposta foi amplamente negativa.

Muitos consideraram o vídeo inadequado, pouco profissional e profundamente ofensivo, especialmente diante do contexto social e político tenso de protestos em andamento. Um crítico de destaque foi o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, que condenou publicamente o conteúdo. Ele descreveu o vídeo como inadequado para um presidente em exercício e expressou preocupação com seu impacto no discurso nacional e na dignidade da presidência. Kenny Loggins, cujo tema musical foi usado sem permissão, também manifestou indignação e decepção com o uso não autorizado de sua música em um cenário tão sensível e controverso. Sua reação evidenciou questões mais amplas relacionadas aos direitos de propriedade intelectual e às implicações éticas de reutilizar obras artísticas em contextos políticos sem consentimento. Em contrapartida, o presidente da Câmara, Mike Johnson, defendeu as ações do presidente Trump, apresentando o vídeo como uma sátira ou uma piada política, destinada a fazer um "ponto" e não ofender ou provocar. Ele reforçou a importância de interpretar o vídeo dentro do contexto da expressão política e destacou o papel da sátira no debate democrático. Esse incidente revelou a crescente complexidade e controvérsia na interseção entre tecnologia, política e mídia na sociedade americana contemporânea. A utilização de inteligência artificial para criar conteúdo politicamente carregado levantou questões importantes sobre as responsabilidades das figuras públicas e as possíveis consequências do uso de tecnologias digitais emergentes para moldar a opinião pública e o debate político. À medida que o diálogo avança, o vídeo continua sendo um exemplo forte dos desafios e oportunidades apresentados pelas novas formas de mídia na comunicação política. O evento convida à reflexão sobre os limites da expressão política, a influência das plataformas de redes sociais e a natureza em evolução do discurso público na era digital.