Os bancos centrais estão começando a investigar como as tecnologias de blockchain programável poderiam transformar a implementação da política monetária. Uma iniciativa piloto recente, o Projeto Pine, conduzida pelo Centro de Inovação do Federal Reserve de Nova York em colaboração com o BIS Innovation Hub (Centro Suíço), demonstra como contratos inteligentes podem fornecer ferramentas mais adaptáveis e responsivas dentro de um sistema financeiro digitalizado. Aleijando-se de uma infraestrutura obsoleta e lenta, o experimento simulou o uso de ferramentas baseadas em blockchain que permitiriam ajustes rápidos às condições monetárias em tempo real. Em um exemplo, contratos inteligentes permitiram mudanças quase instantâneas nos requisitos de garantia e nas taxas de juros, respondendo em minutos a choques de mercado hipotéticos. O protótipo foi construído usando padrões de tokens baseados na Ethereum e contou com controles de acesso para garantir um ambiente simulado seguro.

Apesar dos resultados serem encorajadores—demonstrando notável flexibilidade e agilidade—, os pesquisadores destacaram que a maioria dos sistemas financeiros existentes ainda não está preparada para suportar esse grau de integração tecnológica. Fora do ambiente de testes, o interesse em tokenização está se expandindo rapidamente. Na Consensus 2025, Joseph Spiro do DTCC Digital Assets destacou as stablecoins como veículos ideais para atividades financeiras em tempo real, como transferências de garantias em mercados de derivativos. Embora ainda seja uma experiência dentro do setor público, os resultados iniciais indicam que as finanças programáveis podem se tornar uma componente essencial do arsenal de política monetária nos próximos anos.