Charles Hoskinson sugere que a Cardano possa lançar uma stablecoin que ofereça o mesmo nível de privacidade que o dinheiro em espécie. Durante o podcast “Conversations with Leaders” da eToro, em 9 de maio, o cofundador da Cardano destacou as stablecoins que preservam a privacidade como uma direção promissora para o setor de criptomoedas. “Talvez as pessoas não queiram uma stablecoin onde cada compra que fazem seja permanentemente rastreada por todos, em qualquer lugar”, explicou Hoskinson. As stablecoins representam um segmento de 243 bilhões de dólares no mercado crypto. Embora esses tokens sejam emitidos privadamente, suas transações podem ser monitoradas nas blockchains públicas em que operam, como Ethereum e Solana. A Cardano também hospeda stablecoins em sua blockchain, com uma capitalização de mercado combinada de 31, 5 milhões de dólares.

Hoskinson mencionou que a equipe já está considerando se tornar o primeiro ecossistema a desenvolver uma stablecoin focada em privacidade. Desafios regulatórios às moedas de privacidade Essa ideia surge em meio à crescente pressão regulatória contra as moedas de privacidade. A privacidade tem sido um princípio fundamental do universo cripto por quase vinte anos, mas criptomoedas focadas em privacidade, como Monero e Zcash, foram removidas das exchanges e proibidas por temores de que facilitassem atividades ilícitas. A União Europeia planeja proibir que exchanges e custodiante lidem com moedas de privacidade a partir de julho de 2027. No entanto, Hoskinson acredita que é possível fornecer privacidade sem comprometer o cumprimento regulatório. Por exemplo, a stablecoin poderia incorporar recursos de divulgação seletiva para atender às regulamentações de combate à lavagem de dinheiro (AML) e financiamento ao terrorismo, requeridas pelas autoridades. Desafios às divulgações seletivas Vários projetos de moedas de privacidade, incluindo Firo e Zcash, tentaram adaptar seus protocolos para permitir algum nível de divulgação seletiva. Isso envolve criar “endereços na lista de permissões”, que usuários e exchanges podem verificar para certas transações, enquanto ainda suportam transações blindadas. Apesar desses esforços, os reguladores permanecem desconvincentes e, sem respaldo de grandes exchanges, a liquidez desses tokens diminuiu. À medida que mercados-chave como os EUA e a Europa avançam rumo a regulamentações mais claras para as criptomoedas, as stablecoins — mesmo em suas formas mais simples atualmente — estão cada vez mais sob escrutínio. Nos EUA, a Lei Genius, um projeto de lei recente relacionado a stablecoins, falhou em uma votação no Senado na semana passada, devido às apreensões dos democratas de que ela poderia colocar em risco os consumidores e o sistema financeiro.