Um número crescente de funcionários está integrando ferramentas de inteligência artificial generativa (IA) como o ChatGPT em seu trabalho diário, muitas vezes sem o conhecimento de seus empregadores. Um estudo recente da Ivanti descobriu que 42% dos trabalhadores de escritório usam tecnologias de IA generativa, e um em cada três mantém esse uso em segredo das suas organizações. Essa tendência revela uma mudança significativa na adoção de IA no ambiente de trabalho e levanta questões críticas sobre políticas corporativas e comportamento dos empregados. O segredo em torno do uso de IA decorre de vários fatores. Muitas empresas têm políticas de IA pouco claras ou inadequadas, deixando os trabalhadores incertos sobre o que é permitido. Outras proíbem ou restringem explicitamente certas ferramentas de IA devido a preocupações com segurança e privacidade de dados, motivando os funcionários a ocultar seu uso para evitar consequências disciplinares. Além disso, alguns funcionários escondem seu uso de IA para obter uma vantagem competitiva, aumentando sua produtividade, criatividade ou capacidade de resolver problemas, sem revelar seu apoio por IA. Inicialmente, as organizações responderam com cautela ou até desencorajaram o uso de IA, por medo de que informações sensíveis fossem vazadas por plataformas de IA baseadas na nuvem. Isso criou um estigma em torno do uso de IA no trabalho, levando os funcionários a adotarem ferramentas de forma clandestina — prática conhecida como “shadow AI” ou BYOAI (“traga sua própria IA”). Isso destaca uma crescente lacuna entre o comportamento dos empregados e as governanças organizacionais perante as rápidas mudanças tecnológicas. Apesar das preocupações dos empregadores, o estudo da Ivanti mostra que usuários frequentes de IA geralmente aceitam o uso de ferramentas semelhantes pelos seus colegas, sugerindo que a experiência direta aumenta a apreciação e normaliza a integração de IA no ambiente de trabalho.

No entanto, essa aceitação contrasta com a falta de orientação formal e apoio por parte das empresas, indicando a necessidade de evoluir suas políticas. Especialistas em tecnologia no local de trabalho e ética em IA ressaltam a importância de desenvolver políticas adaptáveis que acompanhem o progresso da IA. À medida que a IA generativa se torna mais sofisticada e integrada às funções laborais, as organizações precisam equilibrar a proteção de dados sensíveis e a conformidade com a promoção da inovação e produtividade. Promover um diálogo aberto e a cooperação sobre o uso de IA pode reduzir o segredo e as tensões entre funcionários e gestão. Diretrizes claras e bem comunicadas sobre IA podem capacitar os funcionários a utilizarem essas ferramentas de maneira responsável e confiante. As políticas podem especificar ferramentas de IA aprovadas, definir casos de uso aceitáveis, oferecer treinamentos sobre privacidade de dados e ética, e criar canais para relatar preocupações relacionadas à IA. Criar uma cultura de transparência e confiança permite às empresas aproveitar os benefícios da IA, minimizando riscos. O avanço da IA generativa como parte central do trabalho moderno apresenta desafios e oportunidades. Com os funcionários cada vez mais usando IA para tarefas como redação de comunicações, codificação e análise de dados, a linha entre uso autorizado e não autorizado de IA se torna menos clara. Empregadores que abordarem proativamente essas questões poderão atrair e reter talentos, aumentar a eficiência e manter sua competitividade em um ambiente cada vez mais tecnológico. Em resumo, o estudo da Ivanti destaca o uso secreto e generalizado de IA generativa entre os funcionários, ressaltando a necessidade urgente de que as empresas atualizem e esclareçam suas políticas de IA, incentivem a transparência sobre o uso dessas ferramentas e eduquem os trabalhadores sobre o uso responsável da IA. Assim, poderão reduzir as preocupações dos empregados, diminuir práticas de shadow AI e promover uma integração mais eficaz e ética da IA no dia a dia dos negócios.