A turma de 2025 está celebrando a temporada de formaturas, mas a realidade de conseguir um emprego é particularmente desafiadora devido às incertezas do mercado sob a presidência de Donald Trump, ao aumento da inteligência artificial eliminando posições de nível inicial e à taxa de desemprego mais alta para recém-formados desde 2021. Jenna, de 23 anos, estava empolgada por receber uma oferta de trabalho do governo federal em janeiro. No entanto, em março, a oferta foi suspensa devido ao congelamento de contratações que afeta os funcionários civis federais, impulsionado por cortes relacionados ao DOGE de Trump e Elon Musk. “Tem sido bastante desorientador, ” ela contou ao The Independent. “Acho que ninguém esperava por isso. ” Jenna, que preferiu ser identificada apenas pelo primeiro nome, se formou na semana passada pela Universidade da Virginia com bacharelado em biologia e especialização em ciência de dados, e agora aguarda uma posição de tempo integral. De acordo com um relatório recente do Federal Reserve de Nova York, a taxa de desemprego entre os recém-formados subiu para 5, 8% no primeiro trimestre de 2025, contra 4, 5% no mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a taxa de subemprego aumentou para 41, 2%, contra 40, 6% em 2024. As áreas de estudo com as maiores taxas de subemprego incluem antropologia, física, engenharia de computação, arte comercial e design gráfico, belas-artes e sociologia. Jenna enviou candidaturas para cerca de 100 outras vagas, mas a concorrência em ciência de dados é acirrada, e ela está lutando para se destacar diante dos sistemas de IA que analisam currículos. “Não tenho ideia do que essa IA é treinada para procurar, ” ela disse. “Não sei quais são as palavras-chave.

Não entendo o algoritmo…Então, parece ainda mais como um jogo de azar. ” Suas preocupações aumentam com o medo de que a IA possa substituir o tipo de trabalho que ela espera fazer. “O que eu realmente posso fazer como uma recém-formada que algum robô não possa assumir?” ela perguntou. Essa apreensão é justificada. O desemprego no setor de tecnologia aumentou para 5, 7% este ano, enquanto bilhões estão sendo investidos na implementação de IA em diversas indústrias. Tarefas rotineiras e mundanas, normalmente atribuídas a recém-formados — como relatórios e trabalhos administrativos — estão sendo cada vez mais automatizadas. O Fórum Econômico Mundial estima que a IA criará 170 milhões de empregos, mas também deslocará cerca de 92 milhões, resultando em um ganho líquido de 78 milhões de postos de trabalho. Jesse Zmick, de 34 anos, que deve obter o mestrado em cibersegurança neste verão pela Universidade da Virginia, está mais preocupado com o mercado de trabalho atual do que com as tecnologias emergentes. Ele trabalha atualmente na administração de sistemas e na equipe de cibersegurança da universidade, e está aprendendo a navegar por modelos de IA para aumentar sua competitividade para funções futuras. Ele percebe que seus colegas têm dificuldades na busca por emprego devido a fatores econômicos e à automação de algumas posições de nível inicial. “Se eu estivesse procurando por funções de nível inicial agora, estaria mais preocupado, mas provavelmente isso se deve mais à situação econômica e ao fato de que as empresas de tecnologia geralmente estão cortando gastos no momento, ” explicou, observando que o setor está se ajustando após uma contratação excessiva durante a pandemia de COVID-19. A abordagem de Jenna para seu futuro lembra a de millenials que se formaram durante a recessão de 2008: ela está adquirindo certificações adicionais para atrair recrutadores, planeja voltar para casa no norte da Virgínia assim que seu emprego universitário atual acabar no verão, e tem a pós-graduação no exterior como plano alternativo. “Não tenho a experiência ou as credenciais, como um mestrado em ciência de dados, que algumas posições parecem exigir, ” ela afirmou.